FAQ's

Perguntas Frequentes

Porquê procurar apoio psicológico?

Todas as pessoas, de todas as idades e em diferentes momentos da vida podem beneficiar da ajuda de um profissional de psicologia. Em diversos momentos da vida certamente fomos capazes de ultrapassar situações desafiantes e mobilizar os nossos próprios recursos; mas, por vezes, determinadas situações de vida podem dificultar a procurar de respostas, a capacidade de nos adaptarmos e de desenvolver novas competências, ameaçando o nosso equilíbrio psicológico. 

Os motivos para procurar apoio psicológico podem ser diversos, o que reflete as singularidades de cada pessoa e de cada história de vida. Tomar a decisão de procurar um/a psicólogo/a pode ser difícil, sobretudo pelas raízes ainda em desconstrução da estigmatização da saúde mental. Contudo, pedir ajuda não é um sinal de fraqueza; é sinal de maturidade e responsabilidade. 


Não precisamos de esperar por situações de crise ou pela existência de um “problema” em concreto para solicitar ajuda. Ademais, a intervenção psicológica não se encerra apenas na presença de doença mental. A procura por um/a profissional de psicologia faz também todo o sentido quando pretendemos refletir e adquirir um maior conhecimento sobre o nosso funcionamento psicossocial; sobre a nossa história de vida pessoal e relacional; modificar padrões de comportamento antigos e desenvolver outros mais adaptativos; assim como solicitar uma ajuda externa e técnica face a períodos de vida desafiantes e que exigem a necessidade de adaptação e /ou tomada de decisões. 


A procura por apoio psicológico e o estabelecimento de um processo terapêutico proporcionará espaço para a exploração e experimentação de possibilidades de mudança, de transformação, contribuindo para uma maior bem-estar e autorrealização.

Qual a diferença entre um/a Psicólogo/a e um/a Psiquiatra? 

Um/a Psicólogo/a é um/a profissional com formação e experiência em Psicologia - mínimo de 5 anos de formação universitária e 1 ano de experiência profissional supervisionada - e um/a Psiquiatra é um/a profissional com formação em Medicina. Deste modo, um/a Psicólogo/a possui técnicas de diagnóstico e instrumentos de avaliação próprios, distintos das de um Psiquiatra, e uma intervenção centrada na intervenção psicológica e na relação terapêutica. Não está, assim, habilitado a prescrever qualquer tipo de medicamentos. No entanto, as diferentes ciências podem cruzar-se, numa lógica de intervenção multidisciplinar com o intuito de potenciar e beneficiar o acompanhamento terapêutico do cliente. 


Por vezes, revela-se necessário complementar uma intervenção psicológica com uma intervenção farmacológica (por exemplo, em casos onde a sintomatologia clínica se revela intensa e interfere significativamente com funcionamento diário da pessoa nos seus demais contextos de vida), onde ambas as abordagens não são incompatíveis.


Que aspetos deve ter em atenção ao procurar por um/a Psicólogo/a? 

Em Portugal, para o exercício da Psicologia é condição legal necessária a inscrição na Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) – “Os Psicólogos recorrem exclusivamente a intervenções reconhecidas pelas ciências psicológicas e, portanto, só aplicam procedimentos e técnicas baseadas na investigação e evidências científicas sólidas, que garantem a sua segurança e eficácia. 


A prática da Psicologia e a prestação de serviços psicológicos que não cumpram estes princípios ou que sejam prestados por profissionais não qualificados podem colocar uma ameaça à saúde pública, assim como ao bem-estar dos cidadãos.” A OPP disponibiliza um Directório que permite confirmar a inscrição de determinado Psicólogo/a na OPP. 


É ainda importante procurar um profissional de psicologia que aplique o modelo/intervenção mais eficaz para a problemática e/ou questão. O/A Psicólogo/a abster-se-á de intervir no caso de considerar não ter a formação e experiência adequada para a situação, sendo esperado o encaminhamento para outro profissional. 

Qual a periodicidade das consultas de psicologia?

A periodicidade do acompanhamento psicológico é variável, estando dependente de vários fatores, tais como gravidade da situação clinica inicial, disponibilidade e recursos do/a cliente, assim como a compatibilização de agendas entre profissional e cliente. As consultas podem assim ser realizadas com uma periodicidade semanal, quinzenal ou mensal. Esta é uma questão que deve ser sempre negociada no início de qualquer acompanhamento psicológico, sendo também reavaliada e ajustada no decorrer da evolução do processo clínico.

Quando deve terminar o acompanhamento psicológico?

A duração de um acompanhamento psicológico será sempre variável, o que reflete novamente as singularidades de cada pessoa que procura ajuda. Não existem dois processos clínicos iguais, ainda que o motivo/pedido de consulta possa ser semelhante (por exemplo, ansiedade). A mudança terapêutica leva ainda o seu tempo, representando uma evolução não linear e frequentemente com altos e baixos. É fundamental tomar consciência que, em acompanhamento clínico, padrões emocionais e comportamentais desadaptativos exercem também os seus efeitos, emergem resistências à mudança. Como tal, mensurar o tempo exato da duração de um processo terapêutico revela-se irrealista. 

Alguns indicadores poderão auxiliar na reflexão de que faz sentido preparar o término do acompanhamento psicológico, nomeadamente quando psicólogo/a e cliente sente que atingiram os objetivos propostos para o processo clinico; quando existe redução da sintomatologia clínica e perceção de maior bem-estar; ou quando os recursos do/a profissional e relação terapêutica se esgotam. 

É fundamental que a pessoa compreenda que a sua presença no processo clínico é sempre voluntária. Como tal, mesmo que a continuidade do acompanhamento psicológico se revele benéfica do ponto de vista clínico, a decisão final face à continuidade ou não das consultas cabe inteiramente ao cliente. 


Quando a confidencialidade pode ser quebrada?

A intervenção psicoterapêutica é orientada por princípios éticos, definidos e apresentados no Código Deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Os profissionais de psicologia são obrigados a confidencialidade, assegurando o sigilo dos seus acompanhamentos clínicos e de tudo aquilo que é revelado e abordado em contexto de consulta psicológica. Em nenhuma circunstância o profissional de psicologia deve facultar informações relativas ao acompanhamento psicológico, ainda que as mesmas sejam solicitadas por, exemplo, por elementos familiares*. As exceções previstas no Código Deontológico estão relacionadas com a existência de um risco e/ou perigo de vida imediato para o/a próprio/a cliente e/ou outros. 


*em caso do cliente ser um menor, o profissional deverá fazer uso do seu julgamento profissional para estabelecer um equilíbrio que permita salvaguardar a confidencialidade dos dados que lhe são fornecidos durante as consultas, mas também não impedir o acesso dos cuidadores a dados fundamentais que promovam a melhoria da qualidade de vida do menor. 

Porquê que um/a Psicólogo/a não dá conselhos?

Sendo o objetivo máximo de um acompanhamento psicológico apoiar a pessoa que procura ajuda a desenvolver um maior autoconhecimento de si mesma e encontrar de forma autónoma as suas respostas que permitam a implementação de mudanças mais construtivas, o fornecimento de conselhos por parte do profissional de psicologia revelar-se-ia então tolamente contraproducente, contribuindo-se gradualmente para a construção de uma dependência negativa do/a cliente ao psicólogo. Ademais, o “conselho” remete para uma ideia de “certo ou errado”, assente em valores e princípios do próprio quadro e referencia do profissional, o que novamente corrompe com os pilares de um processo terapêutico – aceitação incondicional da pessoa e ausência de julgamentos. 


O acompanhamento psicológico é um processo de desenvolvimento e evolução pessoal acompanhado, mas é fundamental tomar consciência que a pessoa que procura apoio psicológico será sempre a principal agente da sua mudança, esperando-se a sua responsabilização pelo seu papel no acompanhamento clinico. Acredito que psicólogo/a e cliente desenvolvem um “trabalho de equipa”, celebrando conquistas e enfrentando conjuntamente impasses. 


Prezo o apoio/validação com o desafio, acreditando que ambos os ingredientes são cruciais para a mudança terapêutica e crescimento pessoal. 

A terapia pode ser desconfortável?

Quando determinados problemas e/ou temas começam a ser explorados em contexto terapêutico, é normal o surgimento de desconforto, o medo de experienciar angústia e de elaborar conclusões que desafiam a nossa forma de estar no mundo e com os outros. As barreiras e mecanismos de defesa podem agir contra o próprio acompanhamento psicológico. Contudo, estes revelam-se momentos inestimáveis, potenciadores da mudança e evolução terapêutica. É assim esperado encontrar desafios e confrontação, mas doseados com uma postura empática e de aceitação incondicional - para que possa, de forma segura, "sair da ilha para ver a ilha".


Atrevo-me a dizer que um bom acompanhamento terapêutico traz sempre uma dose de “desconforto”. Porque nos motiva a conectar com as emoções mais profundas; com a revisão do nosso percurso de vida; com partes da nossa identidade até então desconhecidas; com a noção de responsabilidade pessoal; com a necessidade de experimentação, de sair de zonas de conforto e traçar limites e fronteiras. Qualquer mudança, ainda que necessária e perspetivada como benéfica, implica sempre perdas. Este é o paradoxo agridoce da mudança pessoal. 

Tenho uma consulta agendada mas não poderei comparecer, o que devo fazer?

Caso não lhe seja possível comparecer a uma consulta previamente agendada deve avisar com a maior antecedência possível (mínimo 48h a 24h de antecedência), havendo lugar à remarcação da consulta para um outro dia e horário possíveis. Sou naturalmente sensível ao surgimento de imprevistos, contudo, a marcação agendada representa sempre um compromisso e uma vaga que é preenchida. 


Se este procedimento não for realizado com a devida antecedência, a consulta poderá ser cobrada na sua totalidade.

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